sábado, 12 de março de 2011

Coréia do Sul - Turismo

A posição geográfica não é das melhores pelo menos em termos de geopolítica: cercada de potências como China, Rússia e Japão, a Coréia sofreu sucessivas invasões e, desde 1953, vive dividida em duas. Acima do paralelo 38 fica a República Popular Democrática da Coréia, ou Coréia do Norte, ainda muito fechada para o mundo capitalista. Do outro lado da fronteira mais vigiada do planeta está a República da Coréia, conhecida como Coréia do Sul de onde vêm os Hyundais e Samsungs que consumimos aqui no Brasil. Entre as duas, um clima permanente de tensão.

Na Coréia do Sul, o turismo sofre (embora sofrer não seja o verbo mais adequado) as conseqüências de uma disputa bem mais interessante: o país dividiu com o Japão o título de sede da Copa de 2002, a primeira realizada na Ásia. Quem viaja para lá continua se esbaldando com o resultado dos investimentos na recauchutagem geral de hotéis, meios de transporte e atrações. Além, é claro, de poder visitar os estádios moderníssimos que vimos entre um bocejo e outro na TV e a infra-estrutura erguida na capital, Seul, para os Jogos Olímpicos de 1988.

A sociedade coreana funciona sob influência das diversas religiões praticadas no país. Jardins e templos budistas são um alívio para o frenesi das cidades grandes, totens xamanistas espantam maus espíritos na entrada de cidades menores e milenares crenças confucionistas ditam as regras da etiqueta coreana, que está entre as mais cerimoniosas do Oriente. Mas não há motivo para temer as gafes: o milenar código de conduta do país dita que não se deve zangar com os visitantes que não conhecem as regras de comportamento. Ou seja, além de todas as outras qualidades, a viagem é uma moleza.

SEUL

A capital que tem capital até no nome. Seul, a cidade dos palácios e arranha-céus.

Seul é uma cidade com enormes áreas de prédios e letreiros luminosos despontando no horizonte, rios de cabecinhas negras correndo pelas calçadas das ruas de grande movimento, complexos de shopping centers imensos abertos quase 24 horas e uma sede de consumo e de produção high-tech muito considerável.

Mas também pode ser traduzida por seus parques sossegados como o Namsan ou por seus acolhedores templos budistas, como o Jogyesa, o maior da cidade. Os sul-coreanos são discrestos e envergonhados, chegam a rir de nervoso quando você pede uma informação em inglês na rua. E olha que pedir informações sobre ruas é uma constante numa cidade onde elas não têm nome.

No emaranhado de ruelas da região de Insadong, a cultura hi-tech dá lugar à "velha Ásia". Ali não há luminosos, nem espigões, nem magazines gigantescos. Apenas tavernas de comida tradicional coreana, casas de chá apinhadas de ervas perfumadíssimas, antiquários e galerias de arte.

A rua principal do bairro é a Insadong-gil, mas é nos bequinhos que a cortam que estão os restaurantes de comida de vó coreana. Absolutamente tudo o que se pede para comer na Coréia do Sul vem acompanhado de kimchi, o célebre picles de repolho (há, acredite, um Kimchi Museum no subsolo do Coex Mall, o maior shopping da cidade). Outra iguaria local é a ppeondaegi.

Estranha palavra para algo ainda mais esquisito: larva de bicho-da-seda frita. Parecem baratas e vêm em saquinhos de amendoim. Uma delícia, a julgar pela cara de satisfação dos fregueses. Para beber, o seju, um parente turbinado do saquê, é destilado na Coréia do Sul há pelo menos 700 anos.

A cultura coreana é tão impenetrável para nós quanto a japonesa, com a diferença de que somos bem menos familiarizados com ela. Comparar Seul com Tóquio faz sentido e é até inevitável, uma vez que o país esteve sob domínio japonês por 30 anos (1910-45).

Começaremos o percurso pela capital, Seul para depois continuar pelo Centro e Sul da República da Coréia. Concluiremos em uma rápida visita pela Ilha de Chejudo.

NORTE

SEUL

É o maior atrativo do país. Tem-se convertido em uma moderna cidade cosmopolita salpicada de restos antigos como templos, pagodas, etc., os quais dão-lhe esse peculiar marco de atemporalidade.

Da Torre Namsan, em cima da montanha de mesmo nome, pode-se divisar a cidade de Seul.

Entre os lugares que destacamos para o visitante está o Palácio de Kyongbok, construido em 1392 e, devastado por um incêndio em 1592 durante a invasão japonesa, finalmente, foi reconstruido em 1867. Ali também encontra-se o Museu Folclórico Nacional, o Museu Nacional e não longe dali, os Reais e Ancestrais Altares de Chongmyo, envoltos em um parque cheio de árvores, que acolhem os anscestrais tablilhas dos 27 reis e rainhas da Dinastia Yi.

Outro dos palácios importantes de Seul é o Palácio de Changdok, um dos mais conservados, residência da família real da Coréia. Ali encontra-se o Jardim Secreto com pavilhões, tanques e preciosas pontes de pedra dignas de admiração.

O Museu de Arte Moderna encontra-se no Palácio Toksu. O Parque da Págoda aloja à famosa Págoda Koryo de 10 andares e o Sino de Seul.

Para o sul do rio Ham encontra-se o Estádio Olímpico, que tem capacidade para 100.000 espectadores.

AS APROXIMIDADES DE SEUL

Por outro lado, um dos atrativos de tremendo interesse histórico da península são as Fortalezas da Montanha de Seul. Os seus muros podem chegar até os 7 metros de altitude e encontram-se muito bem conservadas. A fortaleza norte, caracterizada pelas suas maciças portas chama-se Pukhansansong e a sul Namhansansong, perto da cidade de Songnam, ao leste de Seul, ambas constituem um espetáculo incomparável para o turista.

Perto dali, encontram-se os Túmulos Reais da Dinastia Yi, envolvidos por esculturas talhadas em granito, que representam animais místicos e reais.

SUWEON

Esta cidade fortificada tem sido recentemente reconstruida e representa um legado histórico incomparável. Dali pode visitar a aldeia Tradicional Coreana, que representa modelos de vivenda tradicionais que incluem atelieres e templos.

A aldeia de Panmunjom é interessante, por ser o lugar onde pactuaram a trégua na linha de cessar de fogo, nos finais da Guerra da Coréia e onde ainda discutem sobre a reunificação da Coréia.

CHUNCHEON (O NORTE DA CORÉIA)

Na zona dos lagos do norte da Coréia está Chuncheon, capital da província de Kangwon-do. Uma impressionante zona montanhosa onde desfrutará da formosa paisagem dos lagos Soyang e Paro e os Parques Nacionais de Sorak-sam e Odae-san.

Cascatas, templos, ermitas, estátuas budistas, misturados com uma exuberante natureza, são a atração diária daqueles que desfrutam com os mistérios asiáticos.

Uma excursão interessante muito popular é a visita ao Observatório da Unificação, desde onde poderá desfrutar das melhores vistas da Coréia do Norte e as Montanhas Diamante.

CENTRO DA CORÉIA DO SUL

Podemos iniciar o percurso na capital da província de Chung Cheong Nam, Taejon. Perto dali encontram-se numerosos templos e formosos parques nacionais.

O maior Buda de pedra do país que data do ano 968, encontra-se em um templo perto de Nonsam e é famoso pela sua estrutura de granito de 18 metros de altitude. Se quiser fazer uma excursão de filme, pode-se chegar através de uma ponte de cordas de aço entre as paisagens rochosas que levar-lhe-ão a descobrir as maravilhas que oferece o Parque Provincial Taedun-san.

Outro Buda de 33 metros de altitude encontra-se em um dos maiores templos da Coréia. O Templo Popju-sa, construido recentemente sobre outro. Encontra-se rodeado das inacreditáveis vistas do Parque Nacional Sogri-san.

Conta a lenda que três mil damas arrojaram-se ao rio Paek, desde uma colina em Puyo, última capital do reino Paekje (hoje ergue-se ali um museu), para não ser capturadas pelos invasores durante o império Paekje. Dali pode-se visitar Kongju, onde nos anos 70 encontraram um importante túmulo. A cidade está rodeada de templos entre montanhas de bosques e arroios cristalinos.

KYONGJU

Nesta cidade encontrará magníficas vistas de beleza sem igual e relíquias históricas nos seus templos, estátuas budistas e desenhos nas rochas. O lugar mais interessante é o Parque dos Túmulos, que conta com 20 túmulos reais. Nas montanhas que vão desta cidade a Pohang, na costa leste pode-se encontrar numerosas relíquias do reino Silla.

Frente à costa sul da praia Taebam está a pequena ilha rochosa de Taewaeng-am.

TAEGU

Em Taegu encontra-se um dos maiores mosteiros e mais populares do país. Não pode deixar de vê-lo.

No meio do Mar Oriental que separa Coréia do Japão encontra-se a misteriosa ilha de Ullung-do, à qual poderá chegar através de um Ferry, desde a cidade de Pohang, na costa leste.

O SUL

PUSAN

É o porto principal da Coréia e a segunda cidade em importância. Desde a torre que leva o nome da cidade, poderá contemplar belas vistas. Cerca dali encontra-se um dos maiores templos da Coréia, entre impressionantes paisagens de montanhas, o Togdo-sa.

No meio docaminho da paisagem de montanha que extende-se ao longo da costa sul da Coréia encontra-se Yeosu. Dali poderá chegar a uma inacreditável zona de ilhas e penínsulas que formam parte do Parque Nacional Hallyo.

No sul também poderá visitar a moderna cidade de Kwangju e o Porto pesqueiro de Mogpo, na ponta sudoeste da Coréia continental.

ILHA DE CHEJUDO

Dali poderá chegar à ilha Chejudo, que conta com uma história própria e um vulcão chamado Halla, na montanha mais alta da Coréia do Sul e outro conhecido por Sogwipo, no qual também há uma impressionante catarata de nome Chong-bang. Ali contar-lhe-ão algo sobre o enígma das pedras dos avôs, talhadas na rocha de lavra "harubang".

Cheju é a capital da ilha onde achará casas feitas de pedra de lavra. Também gozará da possibilidade de chegar a outras muitas pequenas ilhas de beleza natural.

Outra ilha interessante, célebre pelas suas algas, é a ilha de Wando ligada a terra firme por uma ponte.


A representação mais perfeita da Coréia está justamente no centro da sua bandeira, no círculo dividido ao meio. O vermelho na parte superior simboliza o Yin (o masculino, o ativo, o céu, o dia), e o azul, abaixo, o Yang (o feminino, o passivo, a terra, a noite). Na junção dos opostos, a harmonia entre as duas forças cósmicas que regem o universo.

Mas essa imagem de dualidade poderia também simbolizar as diferenças gritantes entre a modernidade da capital Seul e a paisagem rural, embora tecnologicamente avançada, das regiões montanhosas que ocupam grande parte do país. Ou entre a indústria pesada de Ulsan e o universo das aldeias tradicionais. Ou ainda a divisão da pequena península mergulhada no Pacífico entre Coréia do Norte e Coréia do Sul, o último rincão do planeta ainda dividido por questões ideológicas.

Na chegada a Seul, porto de entrada no país e umas das maiores cidades do mundo, os contrastes já se tornam evidentes. Um passeio a pé coloca lado a lado a torre Jongno, marco da arquitetura moderna da cidade, que oferece uma das vistas mais espetaculares do local, e o mercado Namdaemun, onde roupas e sapatos baratos e de qualidade inferior dividem espaço com brinquedos, ervas medicinais e souvenires.

Ainda no centro da cidade, jovens lotam a rua Insa-dong, famosa por suas lojas de antiguidades, galerias de arte e barracas de comida típica, enquanto a poucos metros monges budistas entoam mantras no templo Jogyesa.

Tudo isso envolvido todo o tempo pelo barulho do trânsito, pela fumaça e, na primavera, por uma atmosfera em preto-e-branco, criada pela poeira amarela vinda dos desertos da Manchúria, que encobre todo o país. À noite, isso perde importância perto do colorido infernal do neon, que ilumina a cidade inteira. Mas a aparente atmosfera de modernidade revela suas limitações para os jovens coreanos, pouco interessados em qualquer espécie de literatura, música ou arte ocidental ou moderna. A moda também desperta pouco interesse, embora as vitrines sofisticadas ocupem muito espaço.

O futebol, por outro lado, faz parte do vocabulário de todo mundo. De 30 pessoas ouvidas pela Folha, 21 citaram o esporte como o seu predileto. Mas logo na primeira entrevista, Park Jin-sun, que trabalha como vendedor em uma loja de departamento, não hesitou em citar o futebol de Maradona como a primeira imagem que associa ao Brasil. Uma exceção: a imagem dos brasileiros vem sempre ao lado do futebol, do Carnaval e do samba, e Pelé, Rivaldo e Ronaldinho já ocupam espaço no imaginário popular.

A comida é um mundo à parte, que não permite qualquer comparação com os vizinhos japoneses e chineses. Os temperos picantes, presentes do café da manhã ao jantar, agridem o paladar dos ocidentais desavisados. Arroz, algas, cogumelos e vegetais curtidos em condimentos misteriosos compõem o café da manhã, junto com o Kimchi -preparado de acelga com alho e outros temperos que se faz presente na mesa coreana nas três refeições. Nos mercados e nas ruas, o ginseng e o chá dividem as atenções com opções bem menos sofisticadas, de larvas de insetos a cascas de árvore e folhas de sabor insípido. Para a sobremesa, um sorvete de chá verde ou doces de arroz e mel são as melhores opções.

Fora de Seul, as luzes são menos intensas, mas ainda assim a tecnologia de ponta sobrevive lado a lado com as paisagens rurais. Os lugares mais tradicionais, e mais interessantes, aliás, estão distantes das cidades grandes e dos estádios moderníssimos construídos para a Copa.

Nos arredores de Gyeongyu, a 4 horas de trem ao sul de Seul, por exemplo, ficam alguns dos templos mais belos do país e a aldeia de Andong, que recebe diariamente centenas de turistas interessados em conhecer as casas construídas de modo tradicional.

Sem preocupação com a avalanche de turistas estrangeiros (os chineses invadirão as sedes da Copa), os pequenos vilarejos praticamente não se prepararam. A comunicação é impossível mesmo para quem fala inglês, e qualquer passeio independente deve considerar o tempo que se perde buscando a rua certa, o restaurante, que qualquer ocidental vai ser incapaz de identificar apenas pela placa, e o ônibus para ir embora.

Nas cidades industriais, bem mais áridas, a comunicação é mais fácil, mas os atrativos diminuem. Em lugares como Ulsan, que hospeda o Brasil em sua chegada a Coréia, um serviço criado especialmente para a Copa oferece tradução gratuita do coreano para inglês, japonês e chinês nos táxis e hotéis de pequeno porte que têm o adesivo "free interpretation" na entrada. O sistema é simples: um telefone celular dentro do táxi ou na recepção do hotel conecta o turista a uma central que faz o serviço de tradução.

Mas a cidade oferece pouco mais que um centro tomado por refinarias de petróleo, montadoras, estaleiros e indústria de maquinaria pesada, quase tudo dominado pela Hyundai.

Entre as cidades onde haverá jogos, Seogwipo é a que mais tem a oferecer ao turista. Localizada na ilha de Jeju, a 2 horas de vôo de Seul, Seogwipo está rodeada de cachoeiras, vulcões, piscinas de águas termais, templos e praias.

A ilha se orgulha de abrigar a montanha mais alta da Coréia, o vulcão Halla. Paraíso dos casais coreanos em lua-de-mel, considerada o Havaí da Coréia, onde o inglês é falado por toda parte.


KOREAN FOLK VILLAGE

A vila possui exemplos de construções dos mais variados estilos de todo o país, assim como lojas de artesanato, um templo budista, uma escola confucionista e uma praça de mercado.

GYEONGJU

Por mil anos, até o século X, foi a capital da dinastia Silla. Atualmente a cidade parece um museu a céu aberto. São templos, tumbas, palácios, castelos e jardins espalhados por toda a cidade. O Parque Tumuli, no centro da cidade, possui uma enorme área murada com vinte tumbas reais. Próximo ao parque, o Cheomseongdae é um pilar de pedra, e é considerado um dos mais antigos observatórios no leste asiático.


Coréia do Sul


O buda de pedra, conhecido como Namsan, fica em Daegu, Gyeongbuk. O budismo é uma das principais religiões.


Fonte: terra, geomade, rumbo.

Educação na Coréia do Sul

Os melhores alunos do mundo. Não são superdotados. Deram a sorte de estar na melhor escola do país que tem o melhor ensino básico do planeta.

Por fora, a escola não tem nada de mais: 1,3 mil alunos, 35 por classe. Veja o que faz diferença:

A senhora Park tem mestrado em Educação, como a maioria dos professores lá. O karaokê é só um dos recursos educativos. Na sala de aula, tudo o que é preciso para educar com motivação.

São oito horas por dia na escola. Estressante? Não, é divertido, dizem eles.

Todos têm notas acima de oito. O segredo é nunca permitir que o aluno passe um dia sem entender a lição, diz a professora, que ganha o equivalente a R$ 10,5 mil por mês.

É a média na Coréia, onde os professores precisam ter curso superior e são atualizados e avaliados a cada dois anos. Se o aluno não aprende, o professor é reprovado.

Tudo isso num país que nos anos 50 estava destruído por uma guerra civil que dividiu a Coréia ao meio, deixou um milhão de mortos e a maior parte da população na miséria. Um em cada três coreanos era analfabeto. Hoje, oito em cada dez chegam à universidade.

A virada começou com uma lei que tornou o ensino básico prioridade. Os recursos foram concentrados nos primeiros oito anos de estudo, tornados obrigatórios e gratuitos, como são até hoje. O ensino médio tem 50% de escolas privadas e as faculdades são todas pagas, mesmo as públicas. Bons alunos têm bolsa de estudos e o governo incentiva pesquisas estratégicas.

O fato é que logo depois da reforma da Educação, a economia da Coréia começou a crescer rápido, em média 9% ao ano durante mais de três décadas. E hoje, graças à multidão de cientistas que o país forma todos os anos, a Coréia está pronta para entrar no primeiro mundo, tendo como cartão de visitas uma incrível capacidade de inovação tecnológica. Desde a área de computação até na genética.

Nos laboratórios onde lideram pesquisas de clonagem terapêutica, nas grandes corporações que espalharam marcas coreanas no mercado mundial de eletrônicos e de automóveis, aparece a revolução econômica que começou em casa.

“O segredo é a família, com pais comprometidos os alunos ficam motivados e os professores entusiasmados”, fala uma professora.

O governo concorda.

“Os pais que não tiveram oportunidade de educação lutaram para que seus filhos tenham o melhor. É prova de amor”, diz o governador.

“Foi a paixão pela Educação que fez a Coréia crescer”, concorda o pai de quatro, que como a média dos coreanos gasta 20% da renda familiar em cursos extracurriculares para reforçar o ensino.

Os filhos falam inglês com a desenvoltura que têm na música. E o casal bota um dinheirão em livros, comprados às dezenas. Porque testemunhou o que a educação fez pelo país.

“Quando eu ia para escola, nos anos 70, muitos colegas não tinham nem o que comer”, lembra o pai.

O avô lembra que no tempo dele não tinha nem livros. Agora o que falta para neta, de 16 anos é tempo para ficar em casa. Ela passa 15 horas por dia na escola.

Nessa jornada, tem japonês, alemão. São sete idiomas ofertados. Programar computadores, entender história. Tem as diversões da vida no colegial mas não é brincadeira. É a corrida para entrar numa das três melhores universidades do país.

“Eu sinto responsabilidade com relação a minha família e meu país. Mas também porque um dia eu vou ter filhos”, diz Yong Woo.

O colega desabafa: a pressão é muito grande, principalmente para os meninos. Ela completa: “A Coréia quer homens perfeitos, esse é o problema”.

Os pais concordam. Acham que o ensino é competitivo demais, voltado à formação de profissionais de alto nível, deixando o ser humano de lado.

No Ministério da Educação e Recursos Humanos, o diretor explica: “Os coreanos não querem ser perdedores. Por isso a educação é voltada para a economia”.

De novo na terceira série, onde as crianças de 10 anos simulam entrevistas de emprego e as paredes tem slogans: “Economia forte significa um país forte” e também: “Economize um centavo, orgulhe seu país”.

As crianças acham natural. Puxam seus celulares “Made in Coréia” para fotografar os visitantes. Riem como quem sabe que tem futuro.


Fonte: Jornal Nacional

A Bandeira da Coréia do Sul



bandeira da Coreia do Sul apresenta no seu centro um círculo dividido em vermelho vivo (em cima) e azul (em baixo) num campo em branco.

Tanto o círculo como os quatro desenhos em preto nos cantos são ricos em simbolismo. Representado na bandeira vê-se um círculo dividido em partes iguais e delineado em perfeito equilíbrio, representando o Absoluto, ou a unidade essencial de todo um ser.

As divisões representam na parte superior (vermelho) o "Yang" e a inferior (azul) o "Ying" antigo símbolo do universo originário da China. Esses dois opostos expressam o dualismo do cosmo, a eterna dualidade: fogo e água; dia e noite; escuridão e luz; construção e destruição; macho e fêmea; ativo e passivo; calor e frio; mais e menos; o ser e o não-ser; a vida e a morte; etc. A presença da dualidade dentro do Absoluto indica o paradoxo da vida e a impossibilidade de aprendê-la integralmente. As combinações de barras representam os quatro pontos cardeais e os quatro mares que limitam o globo. As três barras em cada canto dão a idéia de posição e equilíbrio.

  • As três linhas inteiras representam o céu;
  • As três linhas quebradas do lado oposto representam a terra;
  • Na extremidade inferior esquerda da bandeira, há duas linhas inteiras com uma partida no meio. Isso simboliza o fogo;
  • Do lado contrário o símbolo da água.

Hino Nacional da Coréia do Sul

Donghaemulgwa Baekdusani
Mareugo daltorok
Haneunimi bouhasa
Uri naramanse

Mugunghwa samcheolli, hwaryeogangsan
Daehansaram Daehaneuro, giri bojeonhase

Namsan wie jeo sonamu
Cheolgabeul dureun
Baram seori bulbyeonhameun
Uri gisang-ilse

Mugunghwa samcheolli, hwaryeogangsan
Daehansaram Daehaneuro, giri bojeonhase

Gaeul haneul gonghwalhande,
Nopgo gureum eobsi
Balgeun dareun uri gaseum
Ilpyeondansimilse

Mugunghwa samcheolli, hwaryeogangsan
Daehansaram Daehaneuro, giri bojeonhase

I gisanggwa i mameuro
Chungseong-eul dahayeo
Goerouna jeulgeouna
Nara saranghase

Mugunghwa samcheolli, hwaryeogangsan
Daehansaram Daehaneuro, giri bojeonhase.

P.S : Estou a pesquisar uma tradução completa deste hino.

Coréia do Sul

DADOS PRINCIPAIS:
Nome oficial: 
República da Coréia (Dae Hanmin Guk). 
Nacionalidade: sul-coreana. 
Data nacional: 15 de agosto (Independência).
Capital: Seul. 
Cidades principais: Seul (aglomerado: 11.768.000 em 1996; cidade: 10.776.201 em 1991), Pusan (3.814.325), Taegu (2.449.420), Inch'on (2.308.188), Taljon (1.272.121) (1995).
Idioma: coreano (oficial). 
Religião:
 cristianismo 26,5% (protestantes 19,8%, católicos 6,7%), budismo 23,3%, confucionismo 0,4%, wonbulgyo 0,2%, chundo kyo 0,1%, sem filiação 48,9%, outras 0,6% (1995).

GEOGRAFIA: 
Localização:
 leste da Ásia. 
Hora local:
 +12h.
Área: 99.237 km2. 
Clima:
 temperado continental. 
Área de floresta:
 76 mil km2 (1995).  

POPULAÇÃO: 
Total: 46,8 milhões (2000), sendo coreanos 99,9%, chineses 0,1% (1990).  
Densidade:
 471,6 hab./km2. 
População urbana:
 80% (1998). 
Crescimento demográfico:
 0,8% ao ano (1995-2000). 
Fecundidade:
 1,65 filho por mulher (1995-2000). 
Expectativa de vida M/F:
 69/76 anos (1995-2000).
Mortalidade infantil:
 10‰ (1995-2000). 
Analfabetismo:
 2,2% (2000). 
IDH (0-1): 0,854 (1998).

POLÍTICA:
Forma de governo:
 República com forma mista de governo. (ver pági.95). 
Divisão administrativa:
 9 províncias e 6 cidades especiais.  
Principais partidos:
 Grande Nacional, Partido Democrático do Milênio (PDM), Democratas Liberais Unidos (DLU). 
Legislativo:
 unicameral - Assembléia Nacional, com 273 membros eleitos por voto direto para mandato de 4 anos. 
Constituição em vigor:
 1987. 

ECONOMIA: 
Moeda:
 won sul-coreano.  
PIB:
 US$ 320,7 bilhões (1998). 
PIB agropecuária:
 5% (1998). 
PIB indústria:
 43% (1998). 
PIB serviços:
 52% (1998). 
Crescimento do PIB:
 6,1% ao ano (1990-1998). 
Renda per capita:
 US$ 8.600 (1998). 
Força de trabalho:
 23 milhões (1998). 
Agricultura:
 arroz, milho, cevada, batata, batata-doce, frutas. 
Pecuária:
 bovinos, suínos, aves. 
Pesca:
 2,6 milhões de t (1997). 
Mineração:
 carvão, minério de ferro, zinco, chumbo, calcário, prata, ouro. 
Indústria:
 máquinas elétricas, equipamentos de transporte, naval, química, siderúrgica (ferro e aço), alimentícia, têxtil.  
Exportações:
 US$ 132,3 bilhões (1998). 
Importações:
 US$ 93,3 bilhões (1998). 
Principais parceiros comerciais:
 EUA, Japão, China, Arábia Saudita

DEFESA: 
Efetivo total:
 672 mil (1998). 
Gastos:
 US$ 12,9 bilhões (1998).

Em 1948, realizaram-se eleições na Coréia do Sul que levaram Syngman Rhee à presidência da nova república, proclamada em 15 de agosto do mesmo ano. Foi esta a primeira república sul-coreana, que representou 12 anos de governo autoritário. Em 1950, a invasão do país pelas tropas norte-coreanas provocou a guerra da Coréia, que só terminou com o armistício de 27 de julho de 1953 e destruiu 43% do parque industrial sul-coreano.

A China exigia que todas as tropas estrangeiras abandonassem a península, mas os Estados Unidos não concordavam com a retirada das forças das Nações Unidas. Os países socialistas propunham o restabelecimento do paralelo 38 como fronteira entre as duas Coréias, enquanto os Estados Unidos queriam fixá-la nas últimas linhas da frente de combate. Um outro problema era o dos prisioneiros de guerra, muitos dos quais não queriam voltar a seus países de origem, que reclamavam seu retorno. Depois de difíceis negociações, concordou-se em fixar a fronteira entre as Coréias na linha de batalha, e as Nações Unidas se encarregaram do problema dos repatriados.

Em 1954, Rhee conseguiu que a Assembléia Nacional o nomeasse presidente vitalício. Em março de 1960, o descontentamento geral obrigou-o a renunciar e ele se refugiou no Havaí.

A segunda república durou apenas nove meses. Nesse período, o Parlamento se fortaleceu, em contraste com o forte presidencialismo do anterior. Um golpe militar derrubou o governo em 16 de maio de 1961. A junta que assumiu o poder dissolveu a Assembléia e proibiu todas as atividades políticas, impôs a lei marcial e criou um Conselho Supremo de Reconstrução Nacional, presidido pelo general Park Chung-Hee. Em novembro do ano seguinte, reformas constitucionais deram mais poder ao presidente e enfraqueceram a Assembléia. As mudanças na constituição foram aprovadas por plebiscito em dezembro de 1962.

Em março de 1963, Park quis prolongar o governo militar por quatro anos, mas encontrou grande resistência civil e teve de marcar eleições para o fim do ano. O próprio Park concorreu como candidato à presidência pelo Partido Democrático Republicano. As eleições que deram origem à terceira república foram realizadas em 15 de outubro de 1963. Park venceu por pequena margem, obtendo também maioria no Parlamento.

Em outubro de 1969, após graves distúrbios, Park recorreu a um plebiscito para se reeleger para um terceiro mandato quadrienal. Acabou derrotando a oposição do Novo Partido Democrata, de Kim Dae-jung, embora esse grupo tivesse ampliado sua representação no Parlamento. Em dezembro de 1971, Park declarou estado de emergência nacional, em outubro do ano seguinte dissolveu a Assembléia e suspendeu a constituição. Em dezembro de 1972, implantou-se um novo regime constitucional que previa a reeleição indefinida dos presidentes para mandatos de seis anos.

Park adotou um novo sistema político, conhecido como "Yushin", isto é, revitalização e reforma. Instaurou-se uma Conferência Nacional para a Unificação, organização baseada na "vontade coletiva do povo", cujo fim era "obter a unificação pacífica da pátria". A Conferência reunia entre dois mil e cinco mil membros eleitos por um período de seis anos, tendo como presidente o próprio Park. Este organismo também elegia dois terços da Assembléia Nacional e aprovava as emendas constitucionais propostas por esta. Em dezembro de 1978, Park foi reeleito segundo o novo sistema.

Na gestão de Park, a Coréia do Sul logrou um impressionante crescimento econômico, sobretudo durante o terceiro plano qüinqüenal, entre 1972 e 1976, quando o produto interno bruto cresceu 11,2% por ano. O volume de exportações sul-coreanas chegou a dobrar e a indústria de construção obteve contratos no exterior. Esses resultados se deveram a uma política de diversificação da produção industrial e de modificações nas estruturas econômicas nacionais. Além disso, adotou-se uma política de distribuição de renda que garantiu a ordem social.

Park foi assassinado, segundo a versão oficial, em 26 de outubro de 1979, por Kim Jae-Kyu, diretor da Agência Central de Inteligência da Coréia. Cinco guardas do presidente também foram mortos nesse incidente, que não ficou esclarecido. Pela primeira vez na história do país um governante foi eliminado nessas circunstâncias.

Depois da morte de Park, o primeiro-ministro Choi Kiu-han assumiu a presidência provisória e em dezembro foi efetivado no cargo. No princípio, tudo indicava que o novo presidente iria liberalizar a vida política do país. Todavia, o poder logo voltou às mãos dos militares, que em maio de 1980 proibiram as atividades políticas, ampliaram a lei marcial e suprimiram os focos de resistência civil, como as universidades, que foram fechadas.

Após um período de desordens, em 27 de agosto de 1980 foi eleito presidente provisório o general Chun Doo Hwan, que prometeu anular a constituição Yushin. Em 27 de outubro daquele ano, inaugurou-se a quinta república. A nova constituição limitou os poderes presidenciais em favor da Assembléia e o mandato presidencial ficou reduzido a um único período de sete anos. Chun foi eleito presidente em fevereiro de 1981.

O Partido Democrático da Justiça, apoiado pelo presidente, tornou-se majoritário na Assembléia Nacional, ficando na oposição os partidos Democrático e o Socialista Democrático. O enfraquecimento da economia e a corrupção política provocaram uma reforma no governo em 1982. Ao mesmo tempo, as relações com a Coréia do Norte, que haviam melhorado temporariamente com Chun, passaram por uma fase conturbada. Em 1983, diversos diplomatas sul-coreanos morreram em um atentado em Rangum, na Birmânia (atual Myanmar), e um avião civil do país foi abatido por mísseis soviéticos. Em 1987, pressões internas e externas obrigaram o presidente a submeter a plebiscito um projeto de lei que democratizava a vida política nacional. Nesse mesmo ano, foram realizadas eleições presidenciais, com a vitória do candidato do partido oficial, Roh Tae Woo, que assumiu o poder em 1988, ano em que Seul foi sede dos jogos olímpicos.

Sociedade e cultura

A maioria das crianças coreanas passa seis anos na escola primária, de freqüência obrigatória. Quase todas seguem algum curso secundário e cerca da metade chega a uma carreira de nível superior. Existem na Coréia do Sul mais de oitenta estabelecimentos de ensino superior. Os serviços de saúde multiplicaram-se depois da guerra da Coréia, mas ainda são insuficientes para atender toda a população. Esse problema agravou-se em virtude do êxodo contínuo de médicos para o exterior. As organizações assistenciais dedicam-se sobretudo a veteranos de guerra, idosos e indigentes.

O nível de vida da população melhorou gradualmente desde a década de 1950, e a renda média per capita multiplicou-se por sete entre 1968 e 1979. A expectativa de vida, que em 1950 era de 53 anos, subiu para 66 em 1980. Entretanto, as diferenças entre a população rural e a urbana continuaram grandes.

Na Coréia do Sul convivem duas religiões tradicionais, o budismo e o confucionismo. Restam também vestígios do xamanismo autóctone do país. Dá-se ainda uma curiosa circunstância: as mulheres geralmente optam pelo budismo, enquanto os homens -- mesmo dentro de uma mesma família -- preferem a ética confucionista.

A vida cultural está ligada às raízes chinesas, embora, como sempre ocorreu na história do país, conserve suas características peculiares. O budismo, a filosofia de Confúcio e o xamanismo continuam a ser a base da produção cultural sul-coreana. O Museu Nacional, que tem unidades em diversas cidades do país, possui uma vasta coleção de objetos artísticos de todo o tipo, entre os quais incluem-se pinturas, cerâmicas, manuscritos, estátuas e telas, muitos deles tesouros nacionais.


Coréia do Sul possui 2 mil anos de história em comum com a Coréia do Norte . O Estado sul-coreano surge em maio de 1948, quando a zona ocupada pelos EUA, na metade sul da península, torna-se um país independente, sob a liderança do nacionalista Syngman Rhee.

Em 1950, a nova nação é invadida pela Coréia do Norte, dando início à Guerra da Coréia, que dura até o armistício de 1953. Rhee permanece no poder até 1960, quando renuncia em meio a acusações de corrupção. Seu sucessor, Chang Myon, é deposto em maio de 1961, em um golpe militar chefiado pelo general Park Chung Hee. Após uma fase conturbada na Presidência, em que é confirmado no cargo por eleições consideradas fraudulentas pelos opositores, Park instaura uma ditadura militar em 1972.

Milagre econômico e repressão - A era Park, na qual o autoritarismo coexiste com uma vertiginosa modernização industrial, termina com seu assassinato, em outubro de 1979. Um mês depois, o general Chun Doo-Hwan assume o poder por meio de um violento golpe militar. Protestos estudantis, em 1980, são reprimidos com a decretação da lei marcial, prisões e a morte de mais de 200 manifestantes na província de Kwangju. Sob o regime de Chun, a economia sul-coreana mantém o crescimento acelerado.

Em 1986, o país obtém pela primeira vez saldo positivo na balança comercial. A partir daí, suas exportações aumentam rapidamente. Democratização - Novos protestos, em 1987, obrigam Chun a convocar eleições diretas para a escolha de seu sucessor. O candidato governista, Roh Tae Woo, vence, beneficiado pela divisão da oposição.

As manifestações estudantis continuam, exigindo a reunificação das Coréias e a retirada das tropas norte-americanas, estacionadas no país desde o fim da Guerra da Coréia. Nas eleições de 1988, Roh perde a maioria no Parlamento para uma aliança de partidos de oposição. Um inquérito parlamentar comprova a existência de corrupção nos altos escalões do governo. Acuado, o presidente pede desculpa à nação, mas não renuncia ao cargo e desencadeia uma onda de repressão contra os opositores. Em 1990 recupera a maioria parlamentar ao promover a fusão do partido do governo com a facção oposicionista liderada por Kim Young-Sam.

Candidato de Roh, Kim Young-Sam vence as eleições presidenciais de 1992 com 41% dos votos. Em 1994 agrava-se a tensão com a Coréia do Norte, diante da recusa do país vizinho em permitir a inspeção internacional de seus reatores nucleares. A crise é encerrada com um acordo promovido pelos EUA. Kim Young-Sam lança uma campanha nacional anticorrupção que atinge o auge em 1996, com a condenação à prisão de dois ex-presidentes militares, Chun Doo-Hwan e Roh Tae Woo, também julgados por envolvimento no golpe de Estado de 1979 e no massacre de Kwangju (1980). Eles são anistiados em 1997.

Crise financeira

O ano de 1997 é marcado por grandes abalos no país. A nova legislação trabalhista, que acaba com a estabilidade no emprego e permite redução salarial e contratações temporárias, gera protestos a partir de janeiro. Em outubro, a crise financeira no Sudeste Asiático atinge a economia sul-coreana. A Bolsa de Seul registra quedas vertiginosas em meio a boatos sobre um ataque especulativo à moeda nacional, o won.

O governo decreta um pacote para atrair dólares, mas o won sofre forte desvalorização. O país recorre ao FMI, que em dezembro aprova um empréstimo de 58,3 bilhões de dólares com outros organismos internacionais. É o maior aporte destinado a uma só nação. Em contrapartida, o FMI exige aumento de impostos e dos juros, facilidades legais para demissão de funcionários e permissão para que o capital estrangeiro detenha mais de 50% das ações de empresas. Reformas - No mesmo mês, o oposicionista Kim Dae-Jung vence as eleições presidenciais com 40,3% dos votos. Kim assume em fevereiro de 1998 e convoca a formação de um comitê tripartite (empresários, trabalhadores e governo) para discutir a superação da crise.

O comitê fecha um acordo para liberar demissões e contratações de mão-de-obra temporária. A central sindical KCTU anuncia uma greve geral, mas decide suspendê-la por causa da crise econômica. A queda nas bolsas continua, as reservas do país caem para 6 bilhões de dólares e 20 mil pequenas e médias empresas decretam falência. Os chaebol - grandes conglomerados que dominam a economia sul-coreana -, em dificuldades, fecham empresas deficitárias e concentram investimentos nos setores mais dinâmicos. O governo, cumprindo o acordo com o FMI, liquida companhias e bancos com problemas financeiros e anuncia a privatização de 11 estatais.

O desemprego, que atinge 7% da força de trabalho (contra 3% antes da crise), provoca greves e protestos. O PIB cai 5,8% em 1998. Apesar do alto custo social, as medidas de ajuste começam a dar resultado. A Coréia do Sul fecha 1998 com superávit externo recorde de 38 bilhões de dólares e reservas de 57 bilhões de dólares. A causa é a queda expressiva nas importações e no consumo. Além disso, as exportações crescem. O governo também consegue controlar o ritmo de entrada de capital estrangeiro. O conglomerado Hyundai vence em 1998 a concorrência para comprar outro chaebol, a Kia, que está falida.


Depois do fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, as superpotências do mundo dividiram a Coreia em duas zonas de influência, seguindo-se, em 1948, a instalação de dois governos: um norte comunista e um sul influenciado pelos Estados Unidos. Em Junho de 1950 começou a Guerra da Coreia. O sul, apoiado pelos Estados Unidos, e o norte apoiado pela União Soviética acabaram por atingir uma situação de impasse e foi assinado um armistício em 1953, dividindo a península ao longo da zona desmilitarizada, próxima do paralelo 38, que tinha sido a linha de demarcação original.

A partir daí, a República da Coreia, no sul, sob o governo autocrático de Syngman Rhee e a ditadura de Park Chung Hee, alcançou um rápido crescimento económico. A agitação civil dominou a política até que os protestos tiveram sucesso em derrubar a ditadura e instalar uma forma de governo mais democrática nos anos 80. Uma reunificação das duas Coreias tem permanecido no centro da política do país, muito embora ainda não tenha sido assinado um tratado de paz com o Norte. Em Junho de 2000 realizou-se uma histórica primeira conferência Norte-Sul, como parte da "política do Sol" sul-coreana, apesar de um aumento recente de preocupação com o programa de armas nucleares da Coreia do Norte.


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